A trivialidade da excelência

No mundo de hoje, frequentemente nos encontramos admirando pessoas excelentes em suas áreas de atuação, seja um atleta olímpico que quebra recordes mundiais ou um cientista que faz descobertas revolucionárias. É natural pensar que essas pessoas possuem um dom especial que as torna excepcionais. No entanto, o que muitos de nós não percebemos é que a excelência, na maioria das vezes, é alcançada através de um caminho aparentemente trivial, mas repleto de determinação, esforço e repetição.

O potencial individual é uma capacidade inata que todos nós possuímos em maior ou menor grau. No entanto, o mero potencial não nos leva muito longe. O filósofo grego Aristóteles já afirmava que “somos o que fazemos repetidamente; a excelência, então, não é um ato, mas um hábito”. Essa ideia nos leva a compreender que a excelência não é um dom que alguns têm e outros não, mas sim o resultado de ações consistentes e persistentes ao longo do tempo.

Muitas pessoas vivem muito aquém de seu potencial máximo. Elas têm habilidades incríveis, mas não conseguem traduzir essas capacidades em realizações notáveis. Isso ocorre porque atingir a excelência requer comprometimento, disciplina e a capacidade de manter um alto padrão de desempenho de forma consistente.

Foto: Reprodução da internet

Um exemplo interessante disso é o estudo realizado pelo pesquisador Daniel Chambliss, que passou seis anos estudando nadadores olímpicos. Seu estudo, intitulado “The Mundanity of Excellence: An Ethnographic Report on Stratification and Olympic Swimmers”, revelou que a excelência não é algo extraordinário, mas sim o resultado de ações aparentemente comuns realizadas de forma consistente. Os nadadores olímpicos não eram notáveis por fazer algo excepcional em uma única vez, mas sim por repetir incansavelmente os mesmos movimentos e técnicas até que se tornassem hábitos.

A autora Angela Duckworth também compartilha insights valiosos em seu livro “Garra”. Ela argumenta que as maiores realizações humanas são compostas por inúmeros elementos isolados, cada um dos quais, em sua essência, não é extraordinário. Para alcançar o sucesso, é necessário ter “garra”, que ela define como paixão e perseverança por objetivos a longo prazo. A garra é a força motriz por trás da repetição exaustiva e do comprometimento com a excelência.

A excelência, portanto, é a soma de pequenos esforços diários. Está nos detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Está na modulação do ambiente para criar condições favoráveis ao sucesso. Está no entendimento de que o fracasso não é permanente, mas sim uma oportunidade de aprendizado e crescimento.

A trivialidade da excelência nos lembra que não precisamos de dons extraordinários para alcançar o sucesso. Precisamos de determinação, disciplina e a capacidade de realizar ações comuns de forma consistente. A excelência está ao alcance de todos, mas apenas aqueles que persistem e mantêm a chama acesa são capazes de atingi-la. Portanto, busque a excelência não como um destino final, mas como um compromisso diário de fazer o melhor que você puder, repetidamente.

 

Por: Marcus Costa | Coordenador de Desenvolvimento na Vox Tecnologia

Digite aqui para sua busca